quinta-feira, 11 de março de 2010

Rugas do crescimento

Hellow, invisible people!

Crescer faz parte da vida, mas não é pelo fato de ser um acontecimento natural que é naturalmente fácil. Pelo contrário, requer de nós um esforço tremendo e trava uma batalha não apenas internamente mas com o mundo exterior.

Porque estou falando isso? Ora, muito simples. Porque você acha que, apesar de todos enxergarem que crescemos - inclusive nós mesmos - nossos pais sempre são os últimos a notarem? Isso quando notam, porque muitas vezes precisamos "gritar" e "espernear" até que eles notem, mesmo que isso seja um contra-senso.

E quando eles se recusam a enxergar e teimam em querer continuar controlando nossas vidas como se tivéssemos acabado de nascer, o que fazer? Arrancar o cordão umbilical com força e tomar seu rumo sem lenço e sem documento? Esperar?

Essa é uma questão difícil de ser resolvida, acredito que a parte mais chata e delicada de crescer... É tão complicado... um monte de coisas!

Por um lado, entendo perfeitamente essa "Síndrome da perda do filho". Não deve ser nada fácil perceber que você, antes completamente essencial à sobrevivência filiar, agora se tornou peça obsoleta na estante da vida do pimpolho. Claro que os nossos pais sempre terão seu valor em nossas vidas e sempre seremos gratos por seus esforços em busca do nosso - melhor mesmo que seja o pior para eles.

Mas, por outro lado, essa, de certa forma, distância é um pouco necessária, em certos casos.

É um momento que exige de todos envolvidos muita compreensão do outro. Saber enxergar a dor e a necessidade da outra parte e perceber que, mesmo que não se esteja tão presente como no 1° dia de vida, ainda assim sempre haverá um lugar guardado, que ninguém pode tomar, para você - tanto pais quanto filhos.

Exige dos pais a lembrança de como foi na sua época e a compreensão de que essas etapas da vida precisam ser vividas por todos, que vai doer sim na pele do filho, mas que é uma dor de cura e que ele não vai morrer por isso nem nada. Exige um recuo estratégico para dar ao novo adulto o espaço necessário para o auto-conhecimento e o aprendizado da tomada de decisões, assim como foi na época do aprender a andar, a andar de bicicleta, a nadar,e etc... Exige confiança do esforço que foi empreendido na criação do filho e confiança na pessoa que ele se tornou, nos valores que ele carrega, mesmo que o pai não concorde inteiramente neles. Exige uma postura realmente madura diante do seu filho adulto e de se colocar mais como amigo do que como pai para que, ao precisar da sua ajuda ele não se sinta diminuído no seu amadurecimento.

Exige dos filhos humildade para voltar algumas vezes atrás e pedir um conselho sem enxergar nisso um retrocesso, pelo contrário, um novo e importante degrau na escada da vida adulta. Exige coragem para sair da barra da mãe e enfrentar o mundo, mesmo com medo, mas sabendo o quão importante é essa trajetória. Exige uma visão clara das coisas ao seu redor e rsponsabilidade sobre seus atos. Exige respeito aos seus pais e aos seus esforços em fazer de você, filho, uma pessoa decente e um cidadão digno, que honra seus deveres e conhece seus direitos. Exige amor, ternura e paciência para com seus velhos sempre, mesmo que eles nunca concordem com você.

Um comentário:

  1. No meu caso arranquei o cordão umbilical com toda a força possível, tanto que ficaram vestigios de machucado que até hoje não sarou.
    Aconselho não que espere, mas que vá conversando, eu sei, é dificil, mas vá mostrando por A + B, porque mesmo vc arrancando com força não sofreram tanto quanto se não tivesse conversado. Enfimmm... continue gritando e esperneando...rs... apesar de ser um paradoxo, é preciso gritar e espernear para que eles entendam, afinal não aceitam que tenhamos atitudes de adulto.

    Beijos
    Pry

    ResponderExcluir

Olá, vim aqui agradecer antecipadamente sua gentileza em me deixar um comentário. Espero que, de alguma maneira, minhas palavras tenham adicionado algo à sua vida. =)